A situação do sistema prisional de Iguatu chegou ao funcho do poço, não existe local para colocar novos presos na cidade. Desde a segunda-feira,18, as duas únicas celas que são utilizadas para a colocação de presos que são levados pela Polícia Civil e Militar, estão superlotadas e não possuem mais espaço para novos detentos.
As duas celas comportam apenas oito pessoas, e estão com vinte e seis homens, chegando ao limite e tendo como efeito colateral a determinação dos detentos que comunicaram ao delegado e inspetores a proibição para a entrada de novos presos.
“ Não suporta mais ninguém aqui, não vai entrar mais ninguém, acabou”, disse um dos presos em entrevista ao programa A Voz do Centro Sul da Rádio Liberdade 870 AM.
“Não dá para dormir, não dá para se alimentar e querem colocar mais gente aqui? De forma alguma isto vai acontecer, não aceitamos”, indagou outro detento.
Com a interdição da cadeia a duas celas da Delegacia Regional passaram a ser as únicas que recebem presos conduzidos pelas policias civil e militar. “ Não sabemos mais o que fazer, se colocarmos um preso agora, algo de ruim poderá acontecer com ele. Não temos o indicativo de transferência e a situação é a seguinte, se chegar algum preso, o procedimento deverá ser feito fora da cidade, pois aqui em Iguatu não tem vagas para novos presos”, declarou um inspetor da Polícia Civil.
Os policiais militares também estão preocupados com a ação, “ vamos continuar prendendo quem estiver infringindo as leis, mas é terrível isto, porque perdemos muito tempo aqui dentro da DRI e neste período fica o setor descoberto ou sobrecarregando uma outra equipe, algo que não podemos acreditar no que está acontecendo, e todo devido a falta de celas em uma cidade com mais de 100 mil habitantes”, disse um policial militar.
O delegado Jerffison Pereira participa na manhã desta terça-feira,19, de uma reunião no Cariri com outros representantes da segurança pública do Ceará, e segundo informações ele deverá apresentar os dados preocupantes sobre a segurança em Iguatu e região.