quinta-feira, 2 de junho de 2016

Após falso endereço, Suzane pode perder saída da prisão no Dia dos Pais


A sindicância que apurou a conduta de Suzane von Richthofen ao dar falso endereço na saída temporária de Dia das Mães concluiu que a presa não agiu de ´má-fé´ e sugere à Justiça, como penalidade pela infração, a suspensão temporária do direito as saídas temporárias por seis meses - com isso, ela pode perder o benefício no Dia dos Pais e Dia das Crianças.

O documento, do último dia 24, é assinado pela diretora da penitenciária Santa Maria Eufrásia Pelletier, a P1 em Tremembé, onde Suzane é interna desde que foi condenada em 2006 pela morte dos pais. O crime foi em 2002.

A sindicância foi instaurada depois que Suzane foi para uma casa na zona rural de Angatuba (SP) na saída temporária de Dia das Mães. Ela foi para a cidade a convite da família de uma colega do presídio.

Como o endereço desta interna estava desatualizado no cadastro da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), houve divergência entre o endereço informado por elas e a casa onde Suzane foi encontrada após reportagem do Fantástico no último dia 8. Os dois imóveis eram próximos.

Sobre o episódio, a direção do presídio conclui que na conduta de Suzane não houve crime, nem má-fé de Suzane ou da pessoa que a hospedou. "Em momento algum utilizou de artimanhas para descaracterizar seu paradeiro", informou a direção da penitenciária.

As conclusões ainda serão apreciadas pelo Ministério Público, que vai emitir um parecer antes do documento ser entregue à Justiça, responsável por impor a penalidade à presa.

Semiaberto

Se for confirmada essa penalidade, Suzane será mantida no regime semiaberto - em que cumpre pena desde o fim do ano passado -, mas será considerada uma presa com ´conduta rebaixada´. Na prática, ela vai ficar em um período de observação para tentar reconquistar o direito às saídas.

No entanto, apesar do relatório da sindicância, pode haver conflito no parecer da promotoria e na decisão da Justiça. O MP e o Judiciário podem decidir impor outras penas à Suzane.

O MP ainda não recebeu o documento da direção do presídio. Não há prazo para Vara de Execuções Criminais (VEC) analisar o caso.

Outro lado

A Defensoria Pública, que defende Suzane Richthofen, foi procurada para comentar o assunto, mas não retornou até a publicação desta reportagem.

A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou que o procedimento apuratório da pasta sobre a conduta da presa foi concluído e que a decisão final compete à Justiça. Informou ainda que, por conta do descumprimento da norma durante a saída, Suzane permaneceu 10 dias em cela isolada.

 
Fonte G1