No Hospital São Lucas, em Juazeiro do Norte, neste ano, foram registrados dois casos de bebês que nasceram com microcefalia, em outubro e novembro. O segundo bebê nasceu de forma prematura e com o crânio seis centímetros menor que o normal para sua idade e recebeu alta na terça-feira (24). A criança chegou a ficar internada por pouco tempo na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal.
"Nós tivemos apenas dois casos registrados de bebês que nasceram com microcefalia, que coincidiu com a época. Em apenas um dos casos, a mãe confirmou que teve a zika, o que não se configura ainda como um surto da doença no Cariri", afirma Liliane Pereira, pediatra e coordenadora da UTI neonatal.
O aumento crescente do número de casos de microcefalia no País tem causado preocupação ao governo federal, que começou a monitorar e investigar a doença. Até o momento, foram notificados 399 casos da doença em recém-nascidos de sete estados da Região Nordeste. A maior parte em Pernambuco (268). Em seguida, estão Sergipe (44), Rio Grande do Norte (39), Paraíba (21), Piauí (10), Ceará (9) e Bahia (8). Já a Sesa divulgou que, até 17 de novembro, foram 16 bebês nascidos com essa anomalia, neste ano, no Estado.
O Ministério da Saúde afirma que ainda não é possível ter certeza absoluta sobre a causa para o aumento de microcefalia. O órgão acrescenta que todas as hipóteses estão sendo minuciosamente analisadas.
Vírus
A Fiocruz concluiu diagnósticos que constataram a presença do genoma do zika em amostras de duas gestantes da Paraíba, cujos fetos foram confirmados com microcefalia. "Apesar de ser um achado científico importante para o entendimento da infecção por zika vírus em humanos, os dados não permitem correlacionar inequivocamente, de forma causal, a infecção pelo zika com a microcefalia. Tal esclarecimento se dará por estudos coordenados pelo Ministério e outras instituições envolvidas na investigação das causas de microcefalia no País", destaca o Ministério.
Fonte Diário do Nordeste
