sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Insegurança e baixo efetivo: deputado Ely Aguiar diz que a Polícia do Ceará "está cansada"


"A Polícia do Ceará está cansada. O efetivo é muito baixo e o trabalho extremamente estressante para atender a todas as demandas”. A declaração partiu, na manhã desta sexta-feira (9) do deputado estadual Ely Aguiar (PSDC) ao ocupar a tribuna da Assembleia Legislativa do Ceará. O parlamentar mais uma vez fez críticas e denúncias sobre a grave situação de insegurança que domina o estado.

Aguiar citou como exemplo, o déficit de quase 7 mil servidores nos quadros da Polícia Civil do Ceará, que atualmente, dispõe de pouco mais de 2 mil integrantes (entre delegados, escrivães e inspetores) para atender a uma população estimada em 9 milhões de habitantes.

“A nossa sorte é que na maioria dos crimes, é bandido matando bandido. Eles mesmos se acertam. Imaginem se eles fizessem um pacto. Estaríamos nas ruas com mais bandidos que gente de bem”, disparou o deputado que é também jornalista da área policial e apresentador de TV.

O deputado revelou ainda que, pelo menos, 1.721 policiais militares estão em licença para tratamento de saúde, apresentando problemas psíquicos, originados, segundo Ely Aguiar, pela carga de trabalho estressante decorrente do baixo efetivo da corporação.

Números confirmam

Dados apresentados pela Associação dos Praças Militares do Ceará (Aspramece) confirmam a preocupação do deputado Ely Aguiar. Conforme quadro que foi apresentado pelo presidente da entidade, Pedro Queiroz, para uma corporação com cerca de 17 mil integrantes, a PM dispõe de apenas quatro médicos psiquiatras para tratar das doenças e transtornos psicológicos de seus membros.

Segundo a Aspramece, em 2010, nada menos, que 5.178 PMs ficaram fora do trabalho, sob Licença Para Tratamento de Saúde (LTS), apresentando problemas psiquiátricos, entre eles, a depressão. Em 2011 o número caiu para 3.575.

Esse imenso quantitativo de trabalhadores doentes mentalmente se deveu à intensa carga de trabalho à qual eles eram submetidos, principalmente durante a fase de implantação do programa de policiamento comunitário Ronda do Quarteirão, quando os militares tinham folgas apenas semanais. Muitos entraram em estado depressivo, houve fim de relacionamentos e muitos casos de suicídio.

Os dados foram apresentados pela presidência da Aspramece durante o Primeiro Seminário de Saúde Mental dos Profissionais da Segurança Pública do Ceará, realizado na última quarta-feira, na Assembleia Legislativa do Ceará.



Fonte Blog do Fernando Ribeiro