Mais de 100 hectares de mata nativa, o equivalente a cem campos oficiais de futebol, foram destruídos por um incêndio na Flores Nacional do Araripe (Flona), na localidade de Siriqueira, Município de Barbalha. O fogo tomou grandes proporções por volta do meio-dia desta terça-feira (29), quando os brigadistas achavam que já estava totalmente controlado. No entanto, só no início da tarde, conseguiram debelar as chamas. Desde o último domingo, foram detectados dois focos de incêndio na área, e este é o maior já registrado neste ano. Há suspeitas de ato criminoso, mas as causas ainda não foram apuradas.
A brigada de incêndio mantém duas equipes, há três dias, no local, numa área da floresta extrema entre Barbalha e Crato, seguindo para o Município de Jardim. O fogo surgiu em dois pontos, estando distante cerca de 800 metros. Mas ontem, os dois locais acabaram se tornando um, pelo avanço das chamas. A baixa umidade do ar, a mata totalmente desidratada, além dos fortes ventos têm dificultado o trabalho dos profissionais e aumentado a preocupação dos agentes.
A seca dos últimos quatro anos não tem poupado a mata da Flona. E o risco aumenta com o surgimento de focos desde o mês passado. Ontem, mais uma ameaça de incêndio estava ocorrendo em outro ponto na área da Flona, no Crato. No município, já foram detectados focos menores nas áreas do sítio Guaribas, além da localidade próxima a pedra da Coruja, onde há uma trilha bastante frequentada, e nas proximidades de Exu, no Estado do Pernambuco.
Para o analista ambiental da Flona e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), Gilmário Augostinho, as temperaturas na área estão muito altas. Ele afirma que jamais havia vivenciado um clima de 33° em cima da serra, e isso faz com que haja uma desidratação maior do combustível vegetal. Com isso, qualquer fagulha pode tornar o fogo de grande magnitude e destruir grandes áreas da floresta.
Fonte Diário do Nordeste