terça-feira, 30 de junho de 2015

Construção da Transnordestina causa impactos em Iguatu

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Iguatu. A construção da Ferrovia Transnordestina vem gerando impactos econômicos, sociais e ambientais em área rural deste município, localizado na região Centro-Sul do Ceará. Centenas de pequenos produtores rurais assistem atônitos à divisão de suas terras para implantação de aterros e da via férrea com área de domínio de 80 metros de largura. A obra corta os minifúndios, inviabiliza a irrigação de grãos, de forragem, a lida diária com o gado e separa famílias e comunidades. Um exemplo desses impactos é facilmente encontrado na localidade de Carrapicho, no distrito de José de Alencar, zona rural deste município. O aterro para a construção da ferrovia em alguns pontos é superior a 12 metros de altura. Enormes paredões são formados no meio das roças. Os produtores dizem que houve a separação das terras baixas, produtivas, das fontes de água, para as áreas de criação de gado, daquelas que precisam ser irrigadas, dos currais e das casas. Os agricultores apresentam relatos semelhantes. A obra trouxe enormes dificuldades para todos, praticamente acabando com a possibilidade de irrigar as terras para plantio de arroz, na Bacia do Açude Orós. "As terras de baixo estão perdidas, isoladas. Além disso, a passagem que dizem que vão fazer é longe e não tem como movimentar o gado. Não sabemos o que fazer para voltar a produzir", queixa-se o produtor rural de Iguatu Francisco Angélico Filho. Outra reclamação geral é referente ao valor da indenização das propriedades, cerca de R$ 300 por hectare. O agricultor Pedro Alves do Carmo se mostrou prejudicado. "A terra ficou isolada, mas a pior situação é no sítio Barbatama, que dividiu as terras ao meio, dificultando o acesso às águas do Orós".



Fonte Diário do Nordeste