"Em relação ao impeachment, não
vejo neste momento razão para isso. Nós acabamos de sair de um processo
eleitoral", disse. "Se o regime fosse parlamentarista, o governo já
tinha caído, porque perdeu a confiança. No presidencialismo, um impeachment é
extremamente traumático", acrescentou.
Em
entrevista à rádio Jovem Pan, o tucano observou que é difícil prever os
desdobramentos do escândalo na Petrobras, mas considerou que o seu partido, o
PSDB, não teme a lista de políticos com foro privilegiado que devem ser alvo de
inquérito, que será entregue ao STF (Supremo Tribunal Federal) pelo
procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
"Nós
temos uma crise grave econômica, extremamente difícil. Somada a ela, uma crise
política, difícil de prever o desdobramento. E uma crise também de natureza
ética, porque é inimaginável uma pessoa de quarto escalão, no primeiro aperto,
dizer que devolve US$ 100 milhões. É uma situação difícil", afirmou, em
referência ao ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, que concordou em devolver
a quantia desviada.
O governador
lembrou que, quando foi deputado federal, votou pelo impeachment do
ex-presidente Fernando Collor (1990-1992), mas observou que, diferente de Dilma
Rousseff, o atual senador pelo PTB tinha, à época, pouco apoio no Congresso
Nacional.
"O
Brasil tem um momento excepcional agora, que é acabar com a cultura da
impunidade para o colarinho branco", defendeu.
O tucano
avaliou que as manifestações de rua são "extremamente saudáveis", mas
defendeu que o PSDB não participe de protestos que pedem o impeachment da
presidente. Um ato contra o governo federal está marcado para o dia 15 de
março, em várias capitais do país.
"O PSDB
não vai participar de manifestação, porque ela é da sociedade, é
espontânea", disse.
LULA
O tucano avaliou como
"extremamente infeliz" declaração feita na semana passada pelo
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em ato em defesa da Petrobras, o
petista citou
um "exército" comandado
por João Pedro Stédile, do MST (Movimento dos Sem-Terra), para defender a atual
presidente.
"Tudo
que o Brasil não precisa é brasileiro contra brasileiro. É pregar a discórdia.
[Lula] Foi extremamente infeliz", disse o tucano.
Fonte Folha De São Paulo