segunda-feira, 4 de junho de 2018

Mortes em Iguatu: Delegado afirma que assassinos eram ‘serial killers, psicopatas e praticavam rituais satânicos’

http://blogs.diariodonordeste.com.br/centrosul/wp-content/uploads/2018/06/delegados.jpg
Delegados Marcos Sandro de Lira e Wesley Alves concederam entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira, 4.

“São serial killers, psicopatas, escolhiam as vítimas de forma aleatória, vulneráveis psicologicamente e estavam tentando matar mais pessoas – três mulheres e dois rapazes”. A afirmação é do delegado de Polícia Civil de Iguatu, Marcos Sandro Lira. “Após a morte faziam rituais satânicos”. A informação é do Diário do Nordeste.

No fim da tarde desta segunda-feira, 4, os delegados Marcos Sandro de Lira e Wesley Alves concederam entrevista coletiva na Delegacia Regional de Polícia Civil de Iguatu acerca da conclusão dos quatro assassinatos, cujos corpos foram descobertos no sítio Canto, no distrito de Suassurana, zona rural de Iguatu, na região Centro-Sul do Ceará.

“As mortes ocorreram da mesma forma, com um tiro na nuca, do lado esquerdo, mas antes pediam para a vítima colocar um pano sobre a cabeça, para fazerem orações”, revelou Lira. “Por trás, atiravam”.

Os acusados dos crimes – Gleudson Dantas Barros e Roberto Alves da Silva – estão presos na Cadeia Pública de Iguatu e vão responder pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação e vilipêndio de cadáver, corrupção de menores. Outro envolvido diretamente nos crimes é o adolescente, Sâmio Bessa, que se suicidou na cidade de Irapuan Pinheiro, no Sertão Central.

“De acordo com Roberto Silva, o menor matou três, exceto a amiga dele, Ane Jaqueline da Silva, que estava desaparecida desde junho do ano passado, contou o delegado. “Quem matou a menina foi Roberto e após a morte, fizeram inscrições de um pentagrama no corpo e o adolescente bebeu sangue dela, pois ele queria poder, dinheiro e mulheres, que seriam dados pelo satanás. Ele dizia que se matasse mais gente seria especial”. A mão da vítima foi colocada em sal grosso em cima da casa.

Na casa onde as mortes ocorreram moravam Roberto Silva com a mãe dele, uma idosa de 90 anos.
http://blogs.diariodonordeste.com.br/centrosul/wp-content/uploads/2018/06/rituais-sat%C3%A2nicos.jpg
Objetos apreendidos na ‘Casa da morte’.
“O adolescente teria aproximado Roberto Silva do pai de santo, Gleudson Barros, sob a justificativa de que este teria coragem de fazer rituais satânicos”, explicou o delegado, Sandro Lira.

De acordo com as investigações, o trio tentou levar outras pessoas para a ‘casa da morte’, inclusive três mulheres e outros dois rapazes, mas não deu certo porque alguns estavam viajando ou recusaram o convite a participar de festa e visitar o sítio.

Mortes

O primeiro caso a ser descoberto foi o corpo do estudante, Jheyderson de Oliveira, após cinco dias desaparecido, que estava enterrado em uma cova perto da casa do Roberto Silva, no sítio Canto. Uma denúncia anônima levou a Polícia ao local. Ele foi morto dia 18 de maio passado.

Após as investigações e interrogação dos acusados, Roberto Silva revelou que havia outros corpos. Os policiais civis e militares e uma equipe do Corpo de Bombeiros localizaram o corpo de Ane Jaqueline da Silva, que se supõe ter sido morta em 30 de junho de 2017, após desaparecer da cidade de Irapuan Pinheiro. O corpo dela estava em um dos cômodos da casa.

Acredita-se que Mikael de Souza Melo foi atraído ao local e morto em 12 de outubro de 2017 e Francisco de Assis Ribeiro de Lima, o Vilmar, foi morto em 1º de dezembro de 2017. A Polícia investiga outros casos de pessoas desaparecidas, entre elas, Manoel da Silva, o Neo. “Mikael foi morto no sítio Jazigo e somente 60 dias depois levado para o sítio Canto”, contou o delegado Sandro Lira. “Cortaram a cabeça dele e a colocaram em um altar”. O delegado não descarta a possibilidade de outras mortes relacionadas ao trio.

O advogado de Gleudson Barros disse que o cliente era inocente e que não havia matado ninguém.