domingo, 25 de fevereiro de 2018

Feminicidio: Agentes de Saúde fazem manifestação em Iguatu e pedem Justiça

Com o objetivo de despertar a atenção das autoridades e dos moradores da cidade de Iguatu, agentes comunitários de Saúde, amigos e apoiadores promoveram na manhã desta última sexta-feira (23), no Centro de Iguatu, manifestação em que pediram Justiça e denunciaram a violência contra as mulheres. A informação é do Diário do Nordeste.

A motivação do ato foi o assassinato da agente de Saúde, Maria Helena Costa, praticado no último dia 13, durante o Carnaval. A suspeita é de que a vítima foi espancada pelo companheiro, que o principal acusado pelo crime e está preso.

O crime chocou os moradores de Iguatu a abalou os agentes de Saúde. “Era uma pessoa amiga, alegre”, disse a colega Francisca Oliveira.

De acordo com o delegado Regional de Polícia Civil de Iguatu, Jeffirson Pereira, parentes da vítima teriam visto quando um homem chegou e bateu à porta da vítima e suspeitam de ser o marido dela. “Ela estava sozinha em casa”, afirmou o delegado. “Os parentes disseram que ela não abriria a porta para um estranho”.

Na segunda-feira de Carnaval, um irmão da vítima foi à casa dela e a viu com hematomas no rosto. Maria Helena teria pedido um comprimido para dor e teria dito que havia caído. Entretanto, após o agravamento do estado de saúde, os parentes a levaram para o Hospital Regional de Iguatu e o médico constatou espancamento e traumatismo craniano. A agente de Saúde foi transferida, mas não resistiu à gravidade das lesões e morreu.

A família denunciou o caso na Delegacia Regional de Polícia Civil. Dois advogados chegaram a procurar o delegado regional informando que o acusado iria se apresentar na Quarta-feira de Cinzas, o que não ocorreu.

Por se tratar de feminicídio, o caso foi transferido para a Delegacia de Defesa da Mulher. Na quinta-feira, a delegada de Defesa da Mulher, Monique Teixeira, representou pela prisão temporária do suspeito.

Justiça

“Esperamos Justiça, queremos que o culpado por esse crime horrível seja punido”, frisou a presidente da Associação dos Agentes Comunitárias de Saúde, Sayonara Fernandes.

O suspeito teve prisão temporária decretada e já se encontra preso na Cadeia Pública de Iguatu. O nome dele não foi revelado. A prisão ocorre por um período de 30 dias, podendo ser renovada, caso não ocorra a conclusão do inquérito.

A delegada de Defesa Mulher, Monique Teixeira, informou que a Polícia continua com as investigações para definição do inquérito policial. “As testemunhas são importantíssimas para esse caso, até por se tratar de uma situação de violência doméstica, e essas pessoas precisam vir á delegacia, confiar na polícia, e registrarem suas informações”, esclareceu.

O acusado nega a prática do crime.