terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Acopiara: Nota de esclarecimento

Manifestando profundo pesar pelo ocorrido, a Secretaria de Saúde de Acopiara, em respeito à população do município e a família da gestante M.D.A.B vem a público esclarecer as circunstâncias em que se deu o atendimento prestado pelo Hospital Municipal de Acopiara à referida paciente.

Antecipadamente, enfatizamos que o Hospital Municipal de Acopiara é uma instituição de saúde séria, que tem por missão prioritária salvar vidas e vem cumprindo diariamente o seu papel de prestar atendimento digno, humano e com qualidade.

Inicialmente, faz-se necessário perante a exposição em ordem cronológica dos fatos, reforçar que em nenhum momento a gestante foi negligenciada, recebendo desde a sua entrada na unidade hospitalar, todo o atendimento necessário para preservação de sua vida, o que infelizmente não ocorreu.

𝐄𝐒𝐂𝐋𝐀𝐑𝐄𝐂𝐄𝐌𝐎𝐒:

1. No dia 16 de fevereiro de 2018, a gestante deu entrada na Unidade Hospital referenciada pelo município de Dep. Irapuan Pinheiro para avaliação obstétrica, conforme, guia de encaminhamento, chegando ao Hospital já em período expulsivo, quadro observado de imediato durante o atendimento médico. Com o diagnóstico, de pronto a paciente foi conduzida a sala de parto da referida unidade onde foram realizados todos os procedimentos para assegurar o nascimento da criança por parto natural.

2. Observada uma complicação pós-natal causada pela ausência do DELIVRAMENTO DA PLACENTA, ou seja, o não desprendimento natural do órgão após o parto, a puérpera então foi encaminhada para o centro cirúrgico passando por uma curagem.

3. Ainda durante o procedimento de curagem constatou-se que a puérpera apresentava ACRETISMO PLACENTÁRIO, ou seja a infiltração do tecido placentário dentro da camada do útero, problema mais comum em pacientes que já realizaram procedimentos obstétricos anteriormente (cesárea e/ou curetagem) e que faz com que algumas mulheres tenham hemorragias durante o parto.

4. Com o diagnóstico, a equipe médico-hospitalar composta por quatro médicos e dois profissionais de enfermagem, optou pela retirada imediata do útero numa intervenção cirúrgica(histerectomia), porém, observando antes os procedimentos necessários, como a prévia comunicação à família sobre a necessidade da intervenção de risco, em seguida obtendo também a autorização para realizá-la.

5. Finalizada a intervenção cirúrgica para a retirada do útero e consequentemente objetivando também o estancamento da hemorragia severa, a paciente, entretanto, não apresentou melhoras em seu quadro clínico, involuindo com a instabilidade da pressão artéria, deste modo, fazendo com que equipe médica local, vendo esgotados todos os recursos possíveis para a estabilização da paciente, optasse por transferi-la para o Hospital Regional de Iguatu-HRI, onde veio em seguida a óbito.

6. Além da mãe, a bebê recém nato recebeu toda atenção e cuidados que lhe assegurou à sobrevivência. Observado o quadro de sofrimento fetal, a criança recebeu de imediato massagens cardíacas, oxigenação e medicações por parte da equipe médica.

Diante do exposto, informamos ainda que no intuito de elucidar as circunstâncias em que seu deu o óbito da puérpera, foi realizada uma apuração rigorosa por parte dos órgãos de saúde do município que apontou com imparcialidade as causas reais da triste ocorrência.

Todos os fatos neste caso apontam para uma fatalidade de difícil estabelecimento de culpa e que não merece julgamento sem base sólida. Todos os boatos, as más intenções, e mesmo o julgamento precipitado têm por finalidade a obtenção de vantagem de cunho politiqueiro, onde aproveitadores de plantão vêm, infelizmente, usando como autopromoção, um fato tão doloroso para a família enlutada e para todos nós que trabalhamos com muito afinco para ofertar uma saúde de qualidade ao povo de Acopiara e também de toda região. 

Secretaria de Saúde de Acopiara
20 de fevereiro de 2018.