quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Chuvas de pré-estação animam Região do Cariri

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As chuvas fortes nos últimos cinco dias na região do Cariri, além de diminuir o calor, indicam a chegada do período de pré-estação. A maior delas foi registrada na madrugada do último sábado (25), em Barbalha, com 71mm. Nos meses de novembro e dezembro, as médias das precipitações no Sul do Ceará são acima de todas as outras regiões do Estado, com 22mm e 66mm, respectivamente. A informação é do Diário do Nordeste.

Mas isso não significa que, no ano que vem, a quadra chuvosa (fevereiro a maio) será melhor que nos anos anteriores. De acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), as chuvas em novembro e dezembro são comuns na região devido o fenômeno de vórtice ciclônico de altos níveis, que causa instabilidade atmosférica e facilita a formação de nuvens mais significativas.

No entanto, isso causa chuvas irregulares, às vezes, muito fortes, mas que podem ser fracas ou, até mesmo não acontecerem nos dias seguintes. "Variam muito de ano a ano. Tem anos que nem acontecem", afirma Raul Fritz, supervisor da unidade de Tempo e Clima da Funceme. No mês de janeiro, as chuvas de pré-estação devem abranger o restante do território cearense.

Até agora, os modelos climáticos não conseguem precisar se as chuvas fortes continuarão nos próximos meses. "Os fenômenos que acontecem são de baixa previsibilidade a longo prazo. Os sistemas não têm sensibilidade boa para captar e assimilar os fenômenos que trazem chuvas na pré-estação", completa Fritz.

O "inverno" em 2018 independe do fenômeno das chuvas de pré-estação, pois a quadra chuvosa é proveniente da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que só costuma aparecer em fevereiro. O modelo climático da Funceme, que roda em novembro, indica apenas os três próximos meses. Ou seja, apenas em janeiro poderá saber se no ano que vem teremos precipitações mais regulares.

La Niña

Segundo Raul Fritz, o fenômeno La Niña, que acontece no Oceano Pacífico, poderá ajudar a trazer mais chuvas. Por outro lado, a regularidade de chuvas depende do Oceano Atlântico. "Estamos observando a temperatura do mar. Se o Oceano Atlântico se mostrar desfavorável, a presença por si só da La Niña não ajuda" explica. Foi o caso de 2012, quando as chuvas ficaram abaixo do 50% da média.

"É interessante em março ou abril. Se o Oceano Atlântico estiver favorável, espera-se chuva mais regular. Mas estamos precisando de uma estação chuvosa muito boa", completa. A chance de o Fenômeno El Niño, que agravou a seca no Nordeste, acontecer é quase nula.