quarta-feira, 17 de junho de 2020

Banho frio, álcool em gel e hidratante: dermatologista dá dicas de proteção da pele contra o coronavirus

Foto Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O retorno gradual das atividades econômicas e comportamentais no Ceará começou neste mês de junho, com a reabertura de alguns setores. No entanto, a maior circulação de pessoas preocupa pela possibilidade de contaminação pelo coronavírus. A pele, maior órgão do corpo humano, pode facilitar a infecção porque o vírus sobrevive em sua superfície e, portanto, precisa de cuidados.

A dermatologista Hercília Queiroz orienta que todas as pessoas que saem de casa devem manter o uso de máscaras de tecido reforçada em três camadas ou a N-95, considerada mais segura para conter partículas biológicas. “Algumas podem causar irritação se forem de fibra sintética, então é importante manter produtos para pele, e, em casos mais sérios, buscar um dermatologista”, explica. 

Durante o banho, recomenda a especialista, é relevante utilizar sabonetes que mantenham o pH mais próximo da pele para evitar ressecamento. O ideal também é se molhar com água fria, “porque banhos mais quentes podem ressecar a pele e trazer dano à barreira cutânea, gerando uma porta de entrada para o vírus”.

Na higiene das mãos, o recomendado é a lavagem com água e sabão, aplicar álcool em gel e, depois, algum tipo de creme hidratante. Hercília Queiroz alerta que o álcool 70% deve ser utilizado somente até o antebraço, já que outras áreas do corpo não tão hidratadas podem sofrer irritação e ressecamento.

Túneis de higienização

Cabines de desinfecção instaladas em pelo menos nove cidades do Interior do Ceará levantaram discussões porque a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em nota técnica, alerta para os riscos da aspersão de produtos saneantes sobre as pessoas, inclusive na pele.

“Elas foram criadas, acredito, como forma mais prática a fim de tentar fazer a higienização em massa, mas há o risco de as pessoas reduzirem os cuidados em relação ao equipamento individual de proteção. As substâncias usadas têm eficácia comprovada em superfícies de objetos que não têm vida, mas é complicado se certificar que, na pele, não vão causar nenhuma reação”, alerta a dermatologista.

Hercília orienta atenção a alguns sintomas de irritação, como coceira, vermelhidão e descamação. A nível respiratório, lembra, os saneantes também podem prejudicar as mucosas e causar reações alérgicas, como tosses, espirros e inflamação.

Com informações do Diário do Nordeste.