sábado, 21 de março de 2020

Coronavírus já foi confirmado em 19 dos 121 bairros de Fortaleza, diz Prefeitura

Um levantamento preliminar da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covis), da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Fortaleza, revela que o novo coronavírus havia chegado a 19 dos 121 bairros da Capital até as 17h de sexta-feira (20), quando a cidade ainda tinha 51 casos confirmados. O número corresponde a 15,7% dos bairros da cidade e indica aqueles que confirmaram pelo menos uma ocorrência.

Após a elaboração da lista, o último boletim epidemiológico da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), também desta sexta, mostra que, dos 68 casos do Estado, 63 estão na Capital.

A maior parte dos casos está na Regional II, com 13 bairros afetados. O coronavírus foi registrado no Meireles, Aldeota, Praia de Iracema, Joaquim Távora, Dionísio Torres, Varjota, Cocó, Papicu, Vicente Pinzón, Praia do Futuro I, De Lourdes, Guararapes e Engenheiro Luciano Cavalcante.

“São casos importados, a grande maioria de pessoas que vieram do exterior, de São Paulo ou Rio. Pessoas de classe social mais elevada, e em bairros com maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). No início dessas epidemias de vírus respiratórios que vêm de outros Estados ou países, elas afetam primeiro as pessoas que utilizam o transporte aéreo”, explica Antônio Lima, gerente da Célula de Vigilância Epidemiológica da SMS.

A Regional VI vem logo em seguida, com quatro bairros impactados: Edson Queiroz, Parque Iracema, Cambeba e José de Alencar. A Regional IV tem dois bairros com confirmações: Fátima e José Bonifácio. As Regionais I, III, V e Centro não tiveram nenhum caso contabilizado.

Assentamentos precários

As informações devem ser atualizadas neste sábado (21), num novo mapa georreferenciado com mais detalhes sobre a disseminação da doença. “Se ocorrer a propagação, esse mapa muda muito rápido. É muito dinâmico, e amanhã pode ser que ele já tenha mudado muito”, diz o gerente.

Segundo Antônio Lima, o principal alerta se destina aos assentamentos precários nos bairros com maior densidade de pessoas por domicílio, principalmente nas Regionais I e V. Por isso, para ele, os decretos do Governo do Estado e da Prefeitura de Fortaleza restringindo o funcionamento de estabelecimentos e recomendando o distanciamento social é acertada.

“Uma doença de transmissão respiratória num domicílio que tem sete, oito, nove pessoas é extremamente preocupante. Um decreto como esse tem uma razão muito clara: inibir a circulação entre os bairros da cidade para diminuir a velocidade de propagação da doença. Se a pessoa vem de um bairro mais distante, como Messejana, ou de outro município, como Maracanaú, contrai o vírus e leva para lá, a propagação tende a ser mais rápida”, descreve.

Com informações do Diário do Nordeste.