domingo, 23 de fevereiro de 2020

Com 37 homicídios, sexta-feira foi o dia mais violento dos últimos 8 anos, no Ceará

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), a última sexta-feira (21), foi o dia mais violento dos últimos oito anos, cuja quantidade de assassinatos somou 37 casos, em um intervalo de 24 horas. 

Antes disso, só havia sido registrado tantos assassinatos durante a outra paralisação da Polícia Militar, em 1º de janeiro de 2012, quando foram registrados 41. Os CVLIs englobam crimes como homicídios, feminícídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte.

O aumento das ocorrências acontece, desta vez, em um contexto de paralisação e amotinamento de policiais militares em diversas regiões do Ceará – que lembram atividades realizadas pela categoria durante o fim de 2011 e o início de 2012.

Desde que o movimento começou, às 18 horas da última terça-feira (18), já ocorreram 93 homicídios, o que dá uma média de quase um crime violento letal por hora. De acordo com a SSPDS, a média em janeiro de 2020 era de seis crimes por dia.

O esperado era que os números caíssem a partir do início da aplicação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), do Governo Federal que, na prática, garantiu a presença de 2,5 mil homens do Exército Brasileiro patrulhando as ruas da Capital. Nesse caso, os soldados têm poder para exercer policiamento.

Conforme o general Fernando da Cunha Mattos, comandante da 10ª Região Militar, “a ausência de ostensividade dá liberdade não só para crimes contra o patrimônio, mas também, infelizmente, aos crimes contra a vida”. Segundo ele, “provavelmente, essa foi a primeira consequência dessa redução do policiamento ostensivo no Ceará”.

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Números tão altos de homicídios foram registrados em outras duas oportunidades no Ceará. Em 27 de janeiro de 2018, a Secretaria contabilizou 31 mortes violentas. O dia foi atípico, porém, por causa da Chacina das Cajazeiras. No evento criminoso, 14 pessoas foram executadas durante a madrugada na casa de shows Forró do Gago. Conforme a Polícia Civil, a matança foi cometida por uma facção criminosa do Ceará em razão da disputa pelo comando do tráfico de drogas na região.

Trinta e uma pessoas também foram assassinadas no dia 8 de outubro de 2017. A única notificação de mortes múltiplas ocorridas foi no bairro Bom Jardim, no qual quatro pessoas morreram violentamente em uma suposta reunião de organizações criminosas para selar acordo de paz.

Com informações do Diário do Nordeste.