domingo, 19 de maio de 2019

Mulheres formam maioria como catadoras no lixão de Iguatu

A maioria dos catadores que trabalha no lixão de Iguatu, às margens da CE-282, é mulheres que diariamente enfrentam o sol quente, as condições insalubres e precárias para separar os resíduos recicláveis e obter uma renda mensal.

De 42 associados, 25 são catadoras. Em meio às montanhas de lixo, as mulheres demonstram disposição para o serviço. Um exemplo vem de Antônia Pereira, mais conhecida por ‘Alderina’, 43 anos, é mãe de seis filhos. Passou a trabalhar no lixão depois de enfrentar dificuldades financeiras, após a separação com o marido. “Meu marido era alcoólatra e tive que me separar e para não passar fome me senti obrigado a trabalhar aqui”, contou. “Já estou há 12 anos e acostumada”.

Os catadores fazem a seleção do lixo despejado pelos caminhões. Iguatu produz diariamente cerca de 40 mil toneladas de resíduos sólidos. Na cidade, não há coleta seletiva.

No lixão há mau cheiro, muita mosca, urubus e risco de cortes. “A gente se acostuma, acha natural”, disse Maria Regina da Silva. O trabalho é feito pela manhã das 7 horas ao meio-dia.

A presidente da Associação de Catadores, Rosimeire da Silva Lima, vem aumentando o número de mulheres que trabalham no lixão. “Muita gente que tinha emprego de doméstica, diarista perdeu e veio para cá”, contou. “Não é um trabalho valorizado, a gente sofre preconceito, mas tem orgulho do que faz. O que conhecemos da vida é a sobrevivência que a gente tira daqui do lixão”.

O secretário de Desenvolvimento Urbano, Marcos Ageu, disse que Iguatu está mobilizado na formação do Consórcio Regional de Resíduos Sólidos Sertão Centro-Sul II, que prevê a política de pré-aterro, separação do lixo pelos moradores e implantação de Central Municipal de Resíduos Sólidos e de pontos de coletas em bairros da cidade.

Com colaboração de Wandenberg Belém.