Famílias reunidas no enterro dos reféns mortos durante a troca de tiros. |
O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), admitiu em entrevista
coletiva nesta segunda-feira, 10, que foi infeliz em sua fala sobre os
reféns mortos durante troca de tiros entre policiais e suspeitos de
tentar atacar agências bancárias em Milagres, no Cariri. No dia da ação
policial que resultou em 14 mortes, entre assaltantes e inocentes,
sexta-feira, 7, Camilo participou da inauguração do Centro de
Inteligência Policial. Quando
questionado sobre o caso, o governador respondeu que não sabia da
existência de reféns e que era “estranho um refém de madrugada num
banco”.
“O fato é que estavam preparados para assaltar dois bancos e não
assaltaram nenhum”, disse também o governador na sexta-feira. Ele
explicou que, no momento em que foi questionado, não tinha conhecimento
sobre a identificação dos corpos, portanto não sabia das informações
sobre as mortes de inocentes. Camilo disse também que sua primeira
declaração foi “mal interpretada” pela mídia. O
governador afirmou que pediu desculpas às famílias, reiterou
solidariedade com as vítimas e defendeu a posição de “respeito com
pessoas e com a vida”.
Camilo informou que
12 policiais envolvidos na ação já foram afastados de suas atividades
externas e vão passar a atuar em processos administrativos até o fim das
investigações sobre o caso. A Secretaria da Segurança Pública e Defesa
Social (SSPDS) e a Controladoria Geral de Disciplina (CGD) irão integrar
as investigações do fato com pelo menos 40 agentes. Além disso, equipes
que prestam serviços para famílias envolvidas em situações de violência
foram acionadas pelo Estado.Com informações do O Povo.