quinta-feira, 21 de junho de 2018

Perfil franco e sincero de Ciro é o que o brasileiro quer hoje, afirma Cid Gomes

Coordenador da campanha de Ciro Gomes à Presidência da República, o ex-governador Cid Gomes, em entrevista, nesta quinta-feira, 21, ao Jornal Folha São Paulo, está cada vez mais inserido no cenário nacional, e, com base nos movimentos políticos e pesquisas, demonstra uma convicção: o povo brasileiro deseja cada vez mais um presidente com um perfil que fala o que pensa. Abaixo, você confere a entrevista de Cid ao Jornal Folha de São Paulo.

A língua é novamente o principal inimigo de Ciro? 

Não, o perfil médio brasileiro hoje está desejando franqueza, sinceridade, expressão do que pensa e antecipação do que irá fazer. E, muitas vezes, [assumir a] tarefa que, no passado, era meio que estigmatizada de denunciar a falsidade.

No PDT, há a defesa de que ele adote o perfil “paz e amor”, que ajudou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a ser eleito.

Qual a crítica que se faz ao Ciro na agudez do descrédito da política nacional? É que ele é sincero. E, quando se quer exagerar, chama-se de destemperado.

Se fosse uma pessoa que estivesse chegando agora, que você nunca tivesse visto no exercício do poder, haveria razão para temer. Eu acho que o perfil franco, sincero e que fala o que pensa é cada vez mais desejado pelo povo brasileiro. Até o Bolsonaro consegue entrar nisso por conta desse perfil.

Ele fará uma nova “Carta aos Brasileiros”? 

Entende-se “Carta aos Brasileiros” como “Carta aos Banqueiros”? Jamais. É melhor perder a eleição do que se sujeitar a isso. Isso já fez muito mal ao país. Chegar ao poder de qualquer forma, para nós, não vale a pena.

Ciro é domesticável? 

Domesticável para se render ao modelo de exploração insana do sistema financeiro nacional? Não é. Por isso que fazem críticas a ele.

Em 2002, Ciro disse que estava se lixando para o mercado financeiro. Ele está se lixando novamente? 

Óbvio. Não é se lixando, é mais do que isso, está denunciando o mercado financeiro. Chega. Não é possível. Eles mesmo, se puserem a mão na consciência, vão ver que quando você explora demais o seu mercado consumidor, está matando a galinha dos ovos de ouro.

Mas é possível ser eleito sem o apoio do mercado financeiro? 

É nisso que apostamos. Quem lucra no mercado financeiro não chega a 2% da população brasileira. Nós estamos defendendo 98%: desempregados, trabalhadores, classe média e setor produtivo. O setor financeiro já teve lucro demais e está na hora de dar uma contribuição ao país.