A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã desta terça-feira (24), em Sorocaba, cidade localizada no interior de São Paulo, um homem acusado de agenciar e submeter trabalhadores cearenses a situação análoga ao trabalho escravo no município de Salto, também em território paulista. A ação foi o desdobramento de uma operação do Ministério do Trabalho de São Paulo (MT-SP) realizada em março. A informação é do Diário do Nordeste.
Conforme as autoridades, um total de 32 trabalhadores das regiões Quixadá e Quixeramobim foram agenciados para realizar venda de laticínios de porta em porta em diversas cidades da região, como Itu, Porto Feliz, Elias Fausto, Capivari, Salto, Sorocaba e Boituva. Segundo a PF, as pessoas não tinham condições dignas de trabalho, como moradia e higiene, e também não contavam com registro profissional, recebendo salários abaixo do piso da categoria a que os trabalhadores se encaixariam.
Em março, o auditor fiscal do trabalho, Luís Alexandre de Faria, coordenador da operação que resgatou os trabalhadores no interior paulista, ressaltou que o alojamento onde eles ficavam tinha condições degradantes e precárias de limpeza. A PF esteve no local e confirmou que o mesmo estava impróprio para a moradia.
Pena
Dos trabalhadores resgatados pelo MT-SP, quatro não tiveram a situação avaliada como trabalho escravo, já que tinham posições superiores aos demais, mesmo ainda trabalhando de forma irregular. Segundo a PF, o homem que os agenciava responderá criminalmente pelos crimes de trabalho escravo e aliciamento, cuja pena prevista no Código Penal brasileiro é de 2 a 8 anos de reclusão.
