quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Pesquisa sobre uso da tilápia em tratamento de queimados vence prêmio nacional em São Paulo

Pesquisadores cearenses que desenvolveram um estudo de uso da pele de tilápia para o tratamento de queimaduras foram premiados no último dia 8 de novembro, em São Paulo.

A equipe coordenada pelos médicos Edmar Maciel e Odorico Moraes ficou em 1º lugar no Prêmio Abril & Dasa/Diagnósticos da América S/A de Inovação Médica 2019, na categoria Inovação em Tratamento, para o uso do curativo biológico derivado de pele de tilápia no tratamento de queimaduras e feridas.

“O Brasil nunca teve uma pele artificial para tratar queimaduras, lesões e feridas. Nós sempre importamos o produto da Europa e dos Estados Unidos, a custos elevadíssimos”. É o que informa o cirurgião plástico Edmar Maciel, explicando que a importação de 70cm x 60cm de pele artificial, à base de proteína de colágeno, para cirurgia plástica em queimados, pode chegar a R$ 120 mil.

“Desta vez foi diferente”, comenta Edmar Maciel, informando que foram 12 prêmios científicos e “agora veio o reconhecimento, por parte da iniciativa privada, ao trabalho dessa equipe, atualmente com 207 pessoas”, ressaltou.

A pesquisa está sendo desenvolvida em sete estados brasileiros (CE, PE, RS, GO, SP, RJ, PR) e em sete países (Estados Unidos, Alemanha, Holanda, Colômbia, Guatemala e Equador, Argentina).

Pesquisa inovadora

Além da veterinária, os testes com a pele artificial, denominada matriz dérmica, contemplam a odontologia e 15 projetos em 13 especialidades médicas. Entre os produtos que estão sendo desenvolvidos a partir do colágeno da pele de tilápia: na cardiologia, em válvulas e vasos cardíacos; na neurocirurgia, em placas para recobrir meninge; na otorrinolaringologia, com modelos para recobrimento de perfuração de tímpano; e na cirurgia plástica, em placas de recobrimento de próteses mamária, após reconstrução de mama.

O coordenador da pesquisa, médico Edmar Maciel, explica que além, da eficiência, a pele da tilápia reduz os custos do atendimento. "Trata-se de um curativo biológico temporário com o objetivo de fechar a ferida evitando a contaminação de fora para dentro, a desidratação e as trocas diárias de curativos, que ocasionam desconforto e dor aos pacientes, e, em consequência reduz os custos do tratamento". O procedimento é utilizado em queimaduras de 2º grau profundo e 3°grau.

Com informações do Diário do Nordeste.