terça-feira, 23 de abril de 2019

Série "Cine Holliúdy" estreia em maio na TV e coloca humor cearense em destaque no horário nobre

Qual é a diferença da TV para o cinema? A pergunta cantada em ritmo de repente faz parte do teaser de divulgação da série "Cine Holliúdy", que estreia no próximo dia 7 de maio, na Globo. Essa também é a questão que tira o sono do personagem Francisgleydisson (Edmilson Filho) nesse enredo para a telinha baseado no longa-metragem homônimo escrito e dirigido pelo cearense Halder Gomes.

A trama, em 10 episódios, inédita e independente dos dois filmes, continua a girar em torno da luta do protagonista para impedir a "morte" do cinema no interior do Ceará. Dono de uma sala de projeção na fictícia cidade de Pitombas, o personagem principal está acostumado a ter a bilheteria esgotada pelo público, mas tem a tranquilidade dos negócios ameaçada por uma decisão do prefeito Olegário (Matheus Nachtergaele).

Estimulado pela primeira-dama, Maria do Socorro (Heloísa Perisse), e pela enteada Marilyn (Letícia Colin), o político instala um aparelho de TV na praça central da cidade e gera uma migração em massa das poltronas do cinema para os banquinhos a céu aberto. Diante do cenário e sem dinheiro para investir, o herói da sétima arte precisa produzir as próprias obras e dar conta de diferentes gêneros cinematográficos.

Na vida real, Halder Gomes experimenta o lado oposto ao do personagem. Em entrevista ao Verso, ele - que nessa série de Marcio Wilson e Claudio Paiva, trabalhou também em parceria com Patrícia Pedrosa e Renata Porto D'Ave - comenta detalhes do processo de adaptação. "O maior desafio é filmar um volume de cenas muito maior do que num filme e manter a qualidade artesanal do cinema. Sem contar com a complexidade que é, por exemplo, filmar cenas de cinco episódios diferentes em um único dia e completamente fora de cronologia. É um desafio técnico e de dramaturgia", observa Halder.

O diretor cearense reforça, porém, a grande conquista que essa estreia representa para ele e para o Ceará. "É um privilégio ter uma obra adaptada para a Globo em horário nobre. Algo que grandes escritores como Ariano Suassuna, Jorge Amado, José Lins do Rego e outros tiveram. No Cinema, Fernando Meirelles, Guel Arraes e outros poucos cineastas. E o mais importante: o nosso jeito de fazer humor como destaque, como um grande portal para trazer de volta a alegria na grade da TV com originalidade, poesia e comicidade", acredita.

Elenco

Um dos personagens que precisou passar por adaptações ao ser transportado do filme para a série foi Munízio (Haroldo Guimarães). "Ele ganha um destaque maior. No filme, a função dele é apresentar piadas. Na série, aparece mais, ganha camadas de dramaturgia. É engraçado, mas também é a reserva lógica do Francisgleydisson", diz o próprio Haroldo. Com informações do Diário do Nordeste.