quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Ciro Gomes nega apoio a Haddad no 2° turno e fala em acordo entre Governo e facções no Ceará


O presidenciável Ciro Gomes (PDT) negou apoio ao candidato do PT, Fernando Haddad, em eventual 2° turno e disse que facções buscaram Governo do Ceará para fazer acordo. Ciro concedeu entrevista nesta quarta-feira (19), à rádio CBN de São Paulo.

“Nem a pau, Juvenal. Eu não cedo a instituto de pesquisa a minha responsabilidade com o meu país, disse Ciro ao ser questionado sobre a possibilidade de se aliar a candidato do PT.

Na mesma emissora, em entrevista anterior, Fernando Haddad havia dito que tinha certeza sobre o apoio do pedetista. Ciro rebateu, dizendo que foi uma declaração de “arrogância e inexperiência” do petista.

“Ele está se precipitando como uma demonstração a mais de inexperiência e ou arrogância. (…) Ele já se acha vitorioso, já se acha no segundo turno e sabe que é o candidato marcado para perder”, disse.

Ciro pontuou que é amigo de Haddad e gostaria de separar a relação pessoal do embate político. Ainda assim, disse que é “diferente em tudo” de Haddad e voltou a dizer que a vaga de do ex-prefeito de São Paulo (como candidato a vice do ex-presidente Lula) havia sido oferecida a ele por petistas.

Facções

Ao tratar sobre a segurança pública, Ciro disse que pessoas ligadas ao comando do tráfico de drogas no Ceará já propuseram acordo ao Governo do Estado para controlar o narcotráfico e os índices de homicídio.

“Por que lá no Ceará homicídio está explodindo e os outros crimes não? Porque lá não se faz acordo. Você pensa que já não foi oferecida a nós a possibilidade de fazer acordo? Fecha os olhos para a passagem das drogas, que a gente dá um jeito de dar uma paz no terror”, disse o presidenciável. Ele havia afirmado antes que houve acordo no Governo de São Paulo para redução da violência.

Ciro disse ainda que a oferta de acordo é feita de chefes do tráfico que estão presos e fez críticas ao Poder Judiciário por ter barrado lei de bloqueadores de celular e por soltar presos perigosos.

Em março de 2018, a Justiça estadual fixou um prazo até setembro para que o Ceará faça a instalação de bloqueadores de celular. Essa decisão é independente da liberação ou não das verbas do fundo penitenciário.

Ciro se referiu ao fato de que, em 2016, a Assembleia Legislativa do Ceará chegou a aprovar uma lei, determinando que as operadoras de telefonia bloqueassem o sinal de celular nas áreas prisionais. No entanto, a Associação Nacional das Operadoras Celulares (Acel) entrou com ação contra a lei estadual, alegando que cabe às empresas prover sinal telefônico e não bloqueá-lo. Outro argumento era de que o corte do sinal iria prejudicar consumidores nos arredores dos presídios.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu em favor da Acel e derrubou a validade da lei do Ceará, e de outros projetos similares que tramitavam em outros estados. Ainda assim, os bloqueadores foram instalados por outros governos, como Rio Grande do Norte e São Paulo. Com informações do Tribuna do Ceará.