A aposentada e católica fervorosa, Angélica Ribeiro da Silva, de 95 anos, é criteriosa quando o assunto é seguir tradições. Nos períodos considerados santos, ela, bem como a família, não toma banho, não não toca em dinheiro, não se incomoda com a vida dos vizinhos e não varre a casa, por exemplo. Nesta Sexta-Feira Santa, na casa da família Ribeiro da Silva, em Cruzeiro do Sul, no Acre, a única permissão é a de fazer orações. As informações são da Rede Amazônica.
Ela conta que nasceu e foi criada assistindo ao pai viver a Semana Santa como, na sua visão, deve ser vivida. Segundo Angélica, ninguém jogava, ninguém fazia festa, ninguém brincava, realizava afazeres domésticos. A educação recebida a fez manter a rotina até hoje. "Essa roupa que estou vou ficar até o final da Sexta-feira Santa”, afirmou.
Os costumes ligados a fé se estendem também para os filhos. Aos 65 anos, José Ramos de Araújo não cobra pagamentos, não recebe e dorme em cama separada da esposa. Ele mora com a mãe e, a exemplo dela, diz que foi criado na rotina de abdicar destas práticas em dias considerados santos.
Ele compara a abistinência sexual nestes dias com os períodos em que se encontra doente. "Quando você está doente, você fica dois três dias sem manter relação, então, porque que nos dias sagrados não podemos manter essa tradição?", questionou. O filho de Angélica só voltará a ter companhia na cama no Sábado de Aleluia.
