quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Estudantes em Icó fazem travessia do Rio Salgado em canoa sem salva-vidas

 Alunos da localidade de Santo Antônio, em Icó, fazem a travessia do Rio Salgado, que registra a primeira grande cheia do ano, em uma canoa, sem coletes salva-vidas. O risco de acidente e de morte por afogamento dos alunos é elevado, segundo o Corpo de Bombeiros de Iguatu, que analisou as imagens. A informação é do Diário do Nordeste.
 

O rio está, no dizer popular, “de barreira a barreira”, com forte correnteza. A travessia foi filmada pelos próprios alunos e circula amplamente nas rede sociais. O vídeo mostra que a canoa está lotada de estudantes sem coletes ou nenhum equipamento de segurança. Os próprios barqueiros também não usam coletes salva-vidas.

O comandante do Corpo de Bombeiros em Iguatu, coronel Nijair Pinto, frisou que existe elevado risco de acidente e mostrou-se surpreso com a cena. “A travessia em si não é proibida, mas os alunos e barqueiros têm de ter coletes, há de se verificar a capacidade e lotação da canoa, habilitação dos condutores”, pontuou. “O rio tem intensa correnteza, é largo, o barco balança muito e em um acidente até a canoa afunda”.

O barco não tem cobertura para proteção de chuva e do sol e parece não ser apropriado para esse tipo de transporte escolar. “A responsabilidade objetiva é da Prefeitura que contratou o serviço”, explicou o coronel Nijair Pinto. “Quem compete fiscalizar o uso de coletes e esse tipo de embarcação é a Marinha do Brasil, a Capitania dos Portos”.

Esclarecimento

A Prefeitura de Icó por meio da Assessoria Jurídica confirmou a veracidade do vídeo e informou que realmente a canoa pertence ao município, o barqueiro foi contratado e o serviço funciona desde a administração anterior quando o rio está cheio e os alunos que moram na margem direita do Rio Salgado precisam fazer a travessia para a escola que está no outro lado do curso de água.

A nota do município esclarece que existem os coletes salva-vidas e que o barqueiro foi repreendido por não entregar aos alunos e ele próprio não usá-lo, mas que de agora em diante a travessia será feita de forma correta.

A secretaria negou, entretanto, que a travessia está relacionada com o fechamento de escolas por causa de projeto de lei aprovado recentemente na Câmara que reduz carga horária e salários de professores em 50%.