quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Técnico do Laboratório de Sismologia da UFRN vem a Iguatu após tremor de terra

Parede da cantina da Escola Marta Maria Sobreira em Alencar trincou após terremoto. Rachadura fina ao lado do relógio. Foto de Honório Barbosa

O técnico em Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Eduardo Menezes, estará nesta quarta-feira, 26, no município de Iguatu para coletar dados da estação de sismologia existente entre Iguatu e Cariús, com o objetivo de analisar informações sobre o tremor de terra ocorrido nesta segunda-feira, 24, por volta das 18 horas.

De acordo com o Laboratório de Sismologia da UFRN, o abalo sísmico ocorreu às 17h52 e o epicentro foi um ponto entre os municípios de Iguatu e de Orós, mas provavelmente no sítio Estrada. O tremor foi de magnitude 3º na Escala Richter, considerado de baixa intensidade.

“Várias estações registraram o abalo sísmico”, disse Menezes. “Vamos coletar dados da estação e conversar com moradores do distrito de Alencar, em Iguatu”.

COMENTÁRIOS

Nesta terça-feira, 25, o assunto que predominou foi o terremoto, entre os moradores de Iguatu. Na sede do distrito de Alencar, o abalo foi sentido por muitas pessoas. A diretora da Escola Marta Maria Sobreira, Ocelma Araújo, disse que estava em um velório, na Capela de São Sebastião, quando sentiu a terra tremer. “Eu estava no velório com minha irmã, Josefa Araújo, quando vi a tampa do caixão, que estava encostada na parede, tremer”, disse. “Fiquei com medo, a gente rezava o Pai Nosso, e segurei firme na mão da minha irmã”.

Sobre a sombra de uma árvore, moradores comentavam o tremor e os relatos são semelhantes: forte barulho, como um choque entre dois carros ou um trovão, seguido de um rápido tremor, que balançou xícara, copos e cadeiras.

A parede da cantina da Escola Marta Maria Sobreira apresentou uma trincadura, fina, que a diretora, Ocelma Araújo, acredita que foi decorrente do tremor. “Antes não havia essa rachadura”, disse. “Estamos aguardando a chegada do técnico”.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Iguatu, Evanilson Saraiva, disse que estava em casa, no sítio Barrocas, nas margens das águas do Açude Orós, quando sentiu móveis tremer e um forte estrondo. “Foi muito ligeiro, mas coisas tremeram lá em casa”, disse. “Chamei mulher e filhos para sair”.

O coordenador da unidade do Sesc, em Iguatu, Raimundo Neto de Carvalho, disse que sentiu a cadeira tremer e umas taças na prateleira da sala de trabalho. “O pessoal ficou com medo e decidimos sair do prédio”, contou.

Moradores em Alencar passaram o dia conversando sobre o tremor de terra. Foto de Honório Barbosa
Moradores em Alencar passaram o dia conversando sobre o tremor de terra. Foto de Honório Barbosa


Defesa Civil

O gerente do Núcleo de Sismologia da Comissão Estadual de Defesa Civil, Francisco das Chagas Brandão Melo, disse que conversou na manhã de hoje com coordenadores de Defesa Civil dos municípios de Iguatu, Orós e Cedro. “O tremor foi sentido muito por moradores da zona rural desses municípios”, disse. “Não poderei estar no Iguatu, mas os moradores precisam ficar calmos, pois não há motivos para preocupação”.

Os tremores registrados na região são de baixa intensidade, sem causar danos físicos.

Moradores da zona rural de Alencar sentiram medo com o estrondo e o tremor de terra no início da noite desta segunda-feira, 24. Foto de HB
Moradores da zona rural de Alencar sentiram medo com o estrondo e o tremor de terra no início da noite desta segunda-feira, 24. Foto de HB



Fonte Diário do Nordeste