sábado, 24 de setembro de 2016

Mais Médicos chega aos 3 anos com desafio de manter qualidade

Médico cubano, Leobardo Ramom, durante visita domiciliar ( Foto: José Leomar )

Após três anos de existência, o Programa Mais Médicos (PMM) supera polêmicas iniciais e comprova que não é somente na frieza dos números, dos cálculos estatísticos que conseguiu superar barreiras e, sim na forma, no olhar, na proximidade com o outro, o paciente, um jeito de bem-querer e fazer uma Medicina extremamente humana e menos tecnológica. No caso dos estrangeiros, a maioria formada por cubanos, o idioma deixou de ser complicador faz tempo. Atualmente, de qualquer ângulo que se analise, o PMM tem saldo positivo na Atenção Básica do Ceará.

Indicadores

Durante esse tempo, o Estado pulou de 600 equipes incompletas e 117 municípios com demandas urgentes por profissionais, para 1.157 grupos completos, atuando em 100% de território cearense, com 82% de cobertura. Em 2013, Fortaleza contava com 265 equipes do Programa Saúde da Família (PSF) e 37% de cobertura. Agora, são 444, sendo 108 apenas com os médicos do programa, com 66 cubanos, cobertura de 62% e 95% de aprovação da população.

"Conseguimos avançar sim e graças ao programa que quebrou paradigmas: se antes a consulta era de acordo com o doutor, que chegava tarde, faltava ou o município o perdia para a iniciativa privada. Agora, isso raramente ocorre, os horários são respeitados e a população mais satisfeita", afirma o presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde no Ceará (Consems-CE), Josete Tavares.

Mudança

Quem mora em bairros afastados do eixo Aldeota/Centro, onde o acesso ao médico muitas vezes era um desafio maior do que a própria doença, sabe o que significa isso. No Parque Jerusalém, por exemplo, com 18 mil habitantes, a inauguração do posto Regina Severino e a chegada dos médicos Leobardo Duran Ramon, José Diaz Bandera e Otalis Norka Burgueles trouxeram alívio para todos. Ali, eles compõem as três equipes do PSF e são parte integrante da comunidade, pois moram nas proximidades do posto, compartilham experiencias e cultura locais.

Que o diga, o "doutor" Leo (Leobardo). Ele já aprendeu a fazer baião, a dançar forró e ainda ensina os passos da música cubana para quem se interessar. "É um colega maravilhoso e um profissional de primeira linha", não se cansa de elogiar o pessoal do Regina Severina.

"No começo, eu não entendia direito o que eles diziam, mas agora está melhor e não sei o que seríamos sem esses médicos, pois olham para gente, conversam, explicam bem direitinho tudo e exigem que a gente cumpra todo do tratamento", comenta a dona de casa Taís Helena Silva. Casada, com dois filhos e seis netos, a médica Otalis conta da saudade que sente da família. "Em novembro completo três anos que cheguei aqui e parece que estou em casa", comenta.



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