sábado, 28 de março de 2015

Aécio: "Ciclo de governo do PT já acabou, para felicidade dos brasileiros"

Ao comentar a crise no Brasil durante seminário em Lima, no Peru, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou ontem (27/03), que “o ciclo de governo do PT já acabou, para a felicidade dos brasileiros”. A declaração foi feita em resposta a um questionamento do escritor peruano Álvaro Vargas Llosa — filho do prêmio Nobel de Literatura Mario Vargas Llosa — sobre o mistério do Brasil “que não termina de decolar e que todos os latino-americanos precisamos que decole para que se torne a potência da região, como uma Alemanha”. O tucano foi convidado para palestra durante o Seminário Internacional América Latina: Desafios e Oportunidades, organizado pela Fundação Internacional para a Liberdade (FIL). De acordo com o senador, um dos pontos principais da crise é a centralização de poder adotada pelo PT, que classificou como “presidencialismo imperial”.
O tucano afirmou ainda que governos populistas, como no Brasil, “têm muito pouco apreço” por regras de boa gestão fiscal e criticou o baixo crescimento do PIB do país em 2014, cujo índice foi de 0,1%. “Essa é a herança de um governo que abandonou os pilares macroeconômicos solidificados no governo do presidente Fernando Henrique e nos levou a uma absoluta aventura. E hoje o que existe no Brasil não é apenas uma insatisfação em relação aos vergonhosos casos de corrupção, não é apenas uma enorme indignação com a perda desses pilares econômicos que nos têm levado a esse crescimento medíocre, ao retorno da inflação, à fuga dos investimentos. Há, hoje, no Brasil, um sentimento que permeia a nossa sociedade, de engodo”, disse.
Impeachment
Em relação à pesquisa CNT/MDA, que mostrou que 59% de eleitores apoiam o impeachment de Dilma, Aécio disse que “os brasileiros se sentem enganados” e acusou o PT de abdicar de um projeto de país pra ter um “projeto de poder”, estabelecendo o “vale-tudo”. Apesar de classificar a crise brasileira como “gravíssima”, o senador Aécio Neves elogiou o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em quem reconhece méritos, mas enxerga pouca margem de manobra. “É um técnico extremamente competente, mas está longe de ter a autonomia para fazer a reforma estruturante que o Brasil precisa. O que se apresenta até agora é absolutamente rudimentar, por mais que se apresente na direção correta. É rudimentar porque se limita ao aumento de tributos, e o Brasil já tem uma escorchante carga tributária de mais de 35% do PIB”, afirmou.

Fonte Correio Braziliense